quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O primeiro susto e a primeira alegria


Hoje completo minha 7ª semana de gestação.

E acreditem, já passei pelo primeiro susto! E que susto!

No domingo pela manhã, acordei e percebi um sinal de sangramento. Como sou marinheira de primeira viagem, fiquei bastante preocupada.
Tinha minha consulta agendada para a terça feira, e minha mãe ficou tentando falar com a médica para adiantá-la, pois o sangramento só foi aumentando. Na verdade, estava muito tensa, cheguei a achar que tinha perdido o bebê.
Conseguimos adiantar a consulta, e na segunda feira relatando para a médica o que estava acontencendo, ela pediu logo o primeiro ultrasom para saber como estava o bebê.
Foi a minha primeira grande alegria na gravidez, pois ouvi o coraçãozinho do bebê pela primeira vez. E batendo forte.
É uma sensação indescritível, uma emoção sem igual! E saber que estava tudo bem, que o bebezinho estava lá, minúsculo ainda (0,75cm), mas forte, me fez bem mais calma. Minha mãe estava comigo, quase morreu de tanta emoção, ficou muito emocionada e feliz.

Já com o ultrasom em mãos, voltamos ao consultório para a oficial primeira consulta com minha obstetra. Foi uma consulta muitoooo longa, levei um caderninho e tirei todas as possíveis dúvidas, eliminei um monte de mitos, e saí daquele jeito: nas nuvens.
Fiquei imensamente satisfeita com a escolha da minha médica, ela tem uma sensibilidade diferente com relação a gravidez, talvez porque já é mãe e porque teve dificuldades para engravidar. Ela também conversou comigo sobre algo que carrego diariamente, algo com que me preocupo todos os dias: cuidar bem do meu casamento. É preciso pesar sempre em uma balança e não deixar que o assunto “gravidez/bebê” desequilibre qualquer parte do meu relacionamento.

Ela começou dizendo que meus olhos brilhavam e que, dentre as pessoas que ela conhece, eu era uma das mais apaixonadas pelo momento que vivo. E é verdade. Sou ariana, sou intensa e adoro ser assim. Ela disse que, acima de qualquer paixão que já senti, a gravidez já estava tomando conta de tudo na minha vida. Estava no olhar, nas conversas, em tudo. E então começou a falar sobre o cuidado que eu deveria ter com meu casamento, para que não parecesse que uma coisa era maior, ou mais importante, que a outra. Não só para mim, mas principalmente para meu marido.

Depois dessa longa conversa, eu passei a prestar atenção e a me policiar para não ser monotemática, com meu marido, com a famíla e com os amigos. É claro que, logo que me encontra, a maioria pergunta mil coisas sobre a gravidez e a saúde do bebê. Mas passei a esperar pelas perguntas e respondê-las com todo amor, ao invés de só falar disso ou começar as conversas com o tema.

É absolutamente comum que as mulheres foquem na gravidez e “se esqueçam” um pouco do casamento ou do marido. A mulher sente cada evolução do bebê, e o homem não. O homem só vem a ter um sentimento mais próximo e é arrebatado por tudo isso quando a criança nasce. E precisamos nos lembrar disso todos os dias, sim!

É preciso frisar: eu serei mãe, mas continuo sendo mulher. E para ambos: nós seremos pais, mas continuamos sendo um casal. Uma coisa não se sobrepõe à outra. Nessa fase, é bacana dividir toda e qualquer decisão a respeito do bebê. Eu, tão acostumada a me virar sozinha, correr atrás das minhas coisas, ser independente, estou me policiando. Cada exame, cada roupinha, cada detalhe do quarto, cada presente recebido, decisões sobre tudo, cuidados, atividades. Eu não sou mais uma pessoa só e carrego comigo um bebê que é tanto meu filho quanto do meu marido. Fazer com que ele se sinta parte de tudo é importante para preservar o que foi construído até então.

Eu, de tanto prestar atenção (e, claro, não acerto sempre – aliás, bem longe disso), percebi que estou ainda mais apaixonada pelo meu marido e que nosso casamento mudou de lugar. Há agora um amor diferente, algo muito doido, mas que coloca o casamento em um patamar maior, diferente.

Escrevo esse post não só para dividir com vocês o susto, mas também um cuidado que me fez muito bem, e também para dizer: “Obrigada, meu amor. Obrigada por tudo que está acontecendo nas nossas vidas, por ser o companheiro que você é e por nos amar tanto assim. Obrigada pela paciência, pela compreensão, pelos seus valores individuais e familiares, por me ajudar com tudo e por ser o pai do(a) nosso(a) filho(a). Te amo.”





Um comentário: