segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Retrospectiva 2013


E chegou a hora de dar adeus a 2013. ACABOU!!

O que falar desse ano?

Na verdade, acredito que consegui aprender muitas lições. Houve muitos momentos de risos e alguns de choro. Conquistei, mas também perdi. Concluí alguns planos e tive que abrir mão de outros. Fiquei em pânico em alguns momentos, tive que fazer escolhas muito difíceis.
Tive surpresas muito mais do que inesperadas. Tive que me manter forte quando pensava que fosse cair.
E o mais incrível... Eu realmente consegui me manter de pé quando tudo que mais desejava era deitar e chorar. Tive o apoio de meus amigos preciosos quando precisei, e sou grata por isso. Sou grata por Deus ter me dado esses amigos de presente, pois para mim eles são presentes de Deus.
Conheci o Rio de Janeiro, um dos lugares mais lindo que já vi.
Conquistei antigos sonhos. Desfiz de outros.
Não esperei nada, absolutamente nada desse ano. Na virada do ano passado, prometi que não esperaria mais nada de ninguém e também não me cobraria por coisas que estão fora do meu alcance. E deu certo! E é exatamente assim que eu vou entrar em 2014 – não vou esperar nada dele.
Enfim... Chorei, sorri, conquistei, perdi, amei e magoei... Não diria que foi um ano fácil, mas agradeço a Deus por tudo. Por cada lição e por não ter me deixado em momento algum. Graças a Deus, eu dei mais alguns passos em direção ao que quero para mim... Graças a Deus, sinto-me mais forte do que era no ano passado. Mais forte em relação a tudo. Uma coisa é certa: Deus esteve comigo em cada instante e estará em todos os próximos anos.
Espero poder viver durante muitos outros anos e estar aqui, dividindo com vocês, queridos leitores, um pouco de mim, dos meus pensamentos e sentimentos, das minha ideias.

Já estou quase segurando na mão do Roberto Carlos pra cantar "Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi." E vivi, viu?

Um obrigada enorme a todos vocês que acompanharam o blog. Me emprestaram os olhos e o peito, e eu coloquei aqui e acolá um pouquinho da doçura (e tristeza) que a vida oferece, porque viver é bem isso mesmo: uma montanha russa de sentimentos e sensações.

E que venha 2014. Que a fé se multiplique, a atitude viralize e que o ano surpreenda!

Que em 2014, acertando ou errando, fazendo as duas coisas, sei lá... que a gente VIVA e CELEBRE os pequenos presentes diários.

De coração,

Aline


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Aborto Espontâneo


Ainda não tinha assumido publicamente, mas sofri um aborto espontâneo durante a sétima semana da minha gravidez.
Assim como muitas mulheres, optei pelo silêncio. Li e reli tudo sobre o assunto diversas vezes e cheguei até a tentar consolar meu inconsolável e sentimental coração. Já chorei rios de lágrimas e fiquei horas e horas me martirizando. E, cá entre nós, no fundo, lá no fundo... escondidos atrás da minha máscara de mulher forte e racional estavam a culpa e o fracasso.
Eu me senti completamenta fracassada por perder minha primeira gravidez, por perder a primeira oportunidade de ser mãe, por fazer meu marido ter esperança. Sei, sei... não foi culpa minha, racionalmente eu sei, mas meu coração acha o contrário.

Lembro perfeitamente do dia da consulta para escutar as batidas do coração do nosso filho. Meu marido estava ansioso. Entramos na sala, enfermeira, médica.. tudo era felicidade. Preparados para ouvir o coração? Foi ai que nosso pesadelo começou. O sorriso da enfermeira foi substituido por um olhar preocupado e tenso... e um silêncio tomou conta da sala. A médica em seguida explicou que eu havia expelido o embrião. Medo, dúvidas e angústia caíram sobre mim naquele momento. Como assim? Eu tinha expelido o meu filho? Não queria acreditar!

Mesmo quando a gravidez é interrompida cedo, o elo entre mãe e filho já foi estabelecido, isso explica a intensidade das emoções que senti naquele momento. Cheguei a sentir fisicamente a dor emocional e apresentar depois disso, sintomas como: fadiga, dificuldades para raciocinar e ataques de choro.

O fato é que as pessoas buscam racionalizar a perda para me confortar: "Melhor assim que perdê-la no meio do caminho" ou "Deus sabe o que faz" e haja estatíticas para me convencer a não chorar. Eu preciso de luto e Deus não tem nada a ver com isso.

Não sei como, mas preciso de luto. O que mais me angustia é não ter parâmetros para tomar a decisão de hoje: o que vai acontecer agora?

Senti muita tristeza. Não da morte, mas do que projetei nessa gravidez. Eu atribui uma transformação pessoal muito grande a esse embrião, que não cresceu, nem crescerá. Agora, se eu quiser, vou ter de transformar sozinha. Seria muito mais fácil se eu estivesse grávida. Agora é só comigo. Não há mais a circunstância transformadora que atribui a esse bebê para me tornar uma mãe. É incrível como a gente precisa se apegar em algo para seguir em frente. Estou triste! Por isso, preciso de luto.

Eu não preciso escarafunchar, nos mínimos detalhes, o conceito de vida para reconhecê-la. É vida! E detalhe: ela já existia antes de mim. Muito antes de eu e o meu marido concebê-la. Por isso, a dor tão misteriosa. Eu não queria assumir isso. Agora não tem jeito. Eu vi, vivi e senti. Posso ignorar? Impossível. Eu sempre lembrarei desse gostinho da descoberta. Da primeira vez que tive esse contato. Por isso, a importância desse luto.

Durante alguns dias, conversei muito com meu marido sobre como me sentia culpada e responsável pelo aborto, conversei com minha médica para entender – absorver – o que tinha acontecido com meu corpo e aquele embrião que parou de ser formar assim, de repente na sétima semana. Li e reli depoimentos de outras mulheres que passaram exatamente pelo mesmo que passei e isso, admito, tem me ajudado imensamente porque tirou o peso e a responsabilidade das minhas costas, me fez entender que não havia sido a primeira e nem a última mulher a sofrer um aborto espontâneo e me trouxe, estranhamente, uma sensação de normalidade, um conforto de pertencer a um grupo de mulheres que como eu lutavam para superar essa perda. Eu não estava mais só.

Cada mulher vai viver esse luto de forma individual e única. Algumas buscarão o silêncio como eu; outras encontrarão conforto no desabafo, no choro dolorido, alto e sem vergonha de mostrar para o mundo a dor que fere e incomoda. Não importa a forma como vai viver esse luto, o fundamental é passar por esse processo que vai permitir, mais uma vez, enxergar possibilidades e ter esperanças.

Hoje, busco conforto nas orações e tenho escutado do meu coração: “Meu bebê, este ser pequenino, que estava na minha barriga, só precisou de dois meses de muito amor para cumprir sua missão na Terra”.

Rezem por mim!








quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O primeiro susto e a primeira alegria


Hoje completo minha 7ª semana de gestação.

E acreditem, já passei pelo primeiro susto! E que susto!

No domingo pela manhã, acordei e percebi um sinal de sangramento. Como sou marinheira de primeira viagem, fiquei bastante preocupada.
Tinha minha consulta agendada para a terça feira, e minha mãe ficou tentando falar com a médica para adiantá-la, pois o sangramento só foi aumentando. Na verdade, estava muito tensa, cheguei a achar que tinha perdido o bebê.
Conseguimos adiantar a consulta, e na segunda feira relatando para a médica o que estava acontencendo, ela pediu logo o primeiro ultrasom para saber como estava o bebê.
Foi a minha primeira grande alegria na gravidez, pois ouvi o coraçãozinho do bebê pela primeira vez. E batendo forte.
É uma sensação indescritível, uma emoção sem igual! E saber que estava tudo bem, que o bebezinho estava lá, minúsculo ainda (0,75cm), mas forte, me fez bem mais calma. Minha mãe estava comigo, quase morreu de tanta emoção, ficou muito emocionada e feliz.

Já com o ultrasom em mãos, voltamos ao consultório para a oficial primeira consulta com minha obstetra. Foi uma consulta muitoooo longa, levei um caderninho e tirei todas as possíveis dúvidas, eliminei um monte de mitos, e saí daquele jeito: nas nuvens.
Fiquei imensamente satisfeita com a escolha da minha médica, ela tem uma sensibilidade diferente com relação a gravidez, talvez porque já é mãe e porque teve dificuldades para engravidar. Ela também conversou comigo sobre algo que carrego diariamente, algo com que me preocupo todos os dias: cuidar bem do meu casamento. É preciso pesar sempre em uma balança e não deixar que o assunto “gravidez/bebê” desequilibre qualquer parte do meu relacionamento.

Ela começou dizendo que meus olhos brilhavam e que, dentre as pessoas que ela conhece, eu era uma das mais apaixonadas pelo momento que vivo. E é verdade. Sou ariana, sou intensa e adoro ser assim. Ela disse que, acima de qualquer paixão que já senti, a gravidez já estava tomando conta de tudo na minha vida. Estava no olhar, nas conversas, em tudo. E então começou a falar sobre o cuidado que eu deveria ter com meu casamento, para que não parecesse que uma coisa era maior, ou mais importante, que a outra. Não só para mim, mas principalmente para meu marido.

Depois dessa longa conversa, eu passei a prestar atenção e a me policiar para não ser monotemática, com meu marido, com a famíla e com os amigos. É claro que, logo que me encontra, a maioria pergunta mil coisas sobre a gravidez e a saúde do bebê. Mas passei a esperar pelas perguntas e respondê-las com todo amor, ao invés de só falar disso ou começar as conversas com o tema.

É absolutamente comum que as mulheres foquem na gravidez e “se esqueçam” um pouco do casamento ou do marido. A mulher sente cada evolução do bebê, e o homem não. O homem só vem a ter um sentimento mais próximo e é arrebatado por tudo isso quando a criança nasce. E precisamos nos lembrar disso todos os dias, sim!

É preciso frisar: eu serei mãe, mas continuo sendo mulher. E para ambos: nós seremos pais, mas continuamos sendo um casal. Uma coisa não se sobrepõe à outra. Nessa fase, é bacana dividir toda e qualquer decisão a respeito do bebê. Eu, tão acostumada a me virar sozinha, correr atrás das minhas coisas, ser independente, estou me policiando. Cada exame, cada roupinha, cada detalhe do quarto, cada presente recebido, decisões sobre tudo, cuidados, atividades. Eu não sou mais uma pessoa só e carrego comigo um bebê que é tanto meu filho quanto do meu marido. Fazer com que ele se sinta parte de tudo é importante para preservar o que foi construído até então.

Eu, de tanto prestar atenção (e, claro, não acerto sempre – aliás, bem longe disso), percebi que estou ainda mais apaixonada pelo meu marido e que nosso casamento mudou de lugar. Há agora um amor diferente, algo muito doido, mas que coloca o casamento em um patamar maior, diferente.

Escrevo esse post não só para dividir com vocês o susto, mas também um cuidado que me fez muito bem, e também para dizer: “Obrigada, meu amor. Obrigada por tudo que está acontecendo nas nossas vidas, por ser o companheiro que você é e por nos amar tanto assim. Obrigada pela paciência, pela compreensão, pelos seus valores individuais e familiares, por me ajudar com tudo e por ser o pai do(a) nosso(a) filho(a). Te amo.”