segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O grande peso da responsabilidade


É impressionante como de uns dias para cá passei a reparar mais na educação e no comportamento de crianças ao meu redor. Parece um pouco aquela história de quando decidimos trocar de carro e, do nada, passamos a ver aquele de nossa preferência em todos os lugares. Mas, no caso da gravidez, acontece em proporção maior e de forma muito mais profunda.

Eu estava em um supermercado nesse final de semana e uma criança chamava pela mãe, que conversava com uma amiga. Ela disse para a filha: “espera a mamãe terminar de falar com a tia” e, automaticamente, a menina passou a gritar cada vez mais alto. Aquilo chamou a atenção de todos. Acabei me lembrando de como minha mãe lidava com isso. Ela também sempre teve um olhar “x”. Era “o olhar”, aquele que me colocava no lugar, sem precisar de uma palavra. Nunca levei um tapa, nunca apanhei. Era apenas na conversa, na bronca, no castigo até, mas jamais na violência, na chinelada.

Mas como será que minha mãe fez para que esse olhar virasse um código? Como é que hoje eu me lembro de que interromper os pais – principalmente aos gritos – era muito feio e errado? Como é que, até hoje, quando ela me chama de ALINE (ao invés de filha, Filó etc.), eu me pego pensando se fiz alguma coisa errada? hahaha

Isso desencadeia todo um temor, uma preocupação sobre como agir com meu filho que está a caminho. Tenho medo de errar, de ser mimado demais, de não conseguirmos passar os valores em que eu e meu marido acreditamos.

Sempre tive uma educação rígida, especialmente por ter sido a filha mais velha. Ficava de castigo, tinha hora para tudo e fui criada sem privilégios. Eles não queriam errar comigo.

Até pouco tempo eu olhava para crianças muito mal educadas com uma certa crítica aos pais, sem nunca pensar a fundo na responsabilidade de criar alguém. Quando minhas amigas passaram a ser mães, vi de outra maneira. Hoje, grávida, tenho mais compaixão pelos pais, temendo fazer sem perceber aquilo que eu antes criticava.

Paciência, amor, aprendizado mútuo diário… Quantos fatores a mais, além desses, são necessários para a educação e a formação dos nossos filhos? Erraremos muito? Com certeza. Mas aprender com o erro parece ser a chave, juntamente do respeito ao espaço daquele outro serzinho que está ali, assimilando tudo ao mesmo tempo. Uma fórmula exata não existe e a maneira de educar difere de criança para criança.

O dia a dia ensinará e só peço a Deus que meus erros possam ser remediados e que eu e meu marido consigamos fazer um bom trabalho. A única certeza que tenho é que não há certezas e que não podemos exigir perfeição de nós mesmos. Estamos aqui para aprender e devemos nos perdoar por possíveis equívocos, mesmo que cometidos com – ou com excesso de – amor.

E seja o que Deus quiser…

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