terça-feira, 24 de maio de 2016

A supermulher


Eu odeio a supermulher.

Ela é algo inatingível. Um esteriótipo que até pode ter sido criado pra inspirar e dizer: "Sim, você é capaz de tudo." Concordo. E parou por ai.

Sou capaz de tudo. Somos capazes de tudo!

Mas quem disse que precisa ser tudo ao mesmo tempo? E quem disse que a gente tem que fazer de tudo, só porque é capaz?

Quando vejo um comercial de TV mostrando o quanto é legal ser essa mulher multidisciplinar, bem sucedida e feliz em todos os aspectos da sua vida, tenho a vaga sensação de que executar todas as tarefas com êxito tem o mesmo resultado de assoviar e chupar cana ao mesmo tempo. É humanamente impossível não pecar em algum lado, nem que seja na nossa sanidade.

Aquela doida varrida tentando equilibrar todos os lados da sua vida, afogada em um turbilhão de tarefas. E faz questão de resolver tudo sozinha. Quem disse que isso é legal?

Super mãe, super mulher, super esposa, super dona-de-casa, super profissional.

... Super louca!

A questão aqui é matemática. E a conta não fecha. O dia tem só 24 horas para encaixar tantos superpoderes.

Sabe qual o resultado da síndrome da supermulher?

Super culpa. Super frustação.

Tudo bem se você teve que trabalhar e ficou longe do seu filho. Tudo bem se você ficou com seu filho e foi uma profissional meia boca, ou nem sequer foi uma. Tudo bem se você não consegue ir na academia. Tudo bem se sua casa anda uma bagunça porque você preferiu ver um filme. Tudo bem se você não fez sexo só pra agradar seu marido naquela noite. Tudo bem! Desde que esteja bem resolvida com você.

Lutamos tanto pela igualdade de direitos lá fora, mas esquecemos que dentro de casa também precisa ser assim. Não temos a obrigação de dar conta de tudo! Dividir a carga é essencial.

Eu não dou conta de tudo! E quer saber? Tá tudo bem!

Forte abraço.

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