segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O soluço da minha bebê


Sempre li em comunidades, sites e revistas, depoimentos de mães falando sobre a sensação que elas têm quando os bebês soluçam ainda na barriga. Achei tudo muito estranho e ficava imaginando como seria isso. Será que dá para ouvir? (pensava eu). As mães diziam que era uma sensação maravilhosa, gostosa e eu ficava cá ansiosa para Elis soluçar logo para eu ver como é que é.

Desde o início, monitoro os movimentos dela, percebo as diferenças, a intensidade, a força dos chutes, os locais da barriga que ela atinge e a partir de determinada data (que eu não me lembro quando), comecei a sentir uns movimentos estranhos, a primeira vez que senti fiquei super preocupada, até chorei (pense numa pessoa neurótica).

Chorei porque esses movimentos eram ritmados, parecia um coração batendo, fiquei muito preocupada mesmo, nunca lembrei de perguntar ao meu médico, mas quando via que estava tudo certo nas ultra-sonografias, relaxei.

Essas mexidinhas estranhas continuaram, até me incomodavam um pouco. De repente, me lembrei dos tais soluços, e pela descrição das outras mães, esses movimentos são com certeza soluços.

Como eu odeio soluçar, comecei a ficar com pena do meu bebê, e ela soluça bastante.

Antenada como sou e sedenta por informações, pesquisei sobre o assunto e descobrí que esse suposto soluço fetal , é na verdade o bebê praticando movimentos respiratórios. Como o bebê não respira na barriga, pois os seus pulmões estão cheios de líquidos, ele então, apenas pratica movimentos respiratórios, o que nos dá a impressão de que ele está soluçando. Tudo isso é como uma espécie de treino para o aparelho respiratório.

Então, esses soluços ao invés de nos deixar preocupadas, devem na verdade nos deixar aliviadas, pois é sinal que tudo está indo muito bem e nossos bebês já estão aprendendo a respirar.

Quantas curiosidades, novidades, que nunca imaginei viver!

Mas é perfeito, maravilhoso, mágico!

Feliz 8 meses de gestação!

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Paradoxo de uma gravidez: Muito sono e insônia


Sempre soube que grávidas sentem muito sono. Há quem diga que é o organismo se preparando para as muitas noites em que precisaremos ficar acordadas cuidando dos nossos bebês, há quem diga que são os hormônios e há quem diga que são as duas coisas.

Agora que estou grávida, tenho lido muito sobre esse universo, e descobri que grávidas sofrem muito com insônia. Pode ser pela ansiedade, pode ser o organismo nos preparando para as muitas noites em que precisaremos ficar acordadas cuidando dos nossos bebês, rs, rs.

O fato é que essas duas condições contraditórias caminham juntas em um organismo bombardeado por hormônios, num ser fragilizado pelas circunstâncias, ansioso e sensível.

Só depois de completar 7 meses que tenho sofrido com insônia. Passo o dia bem, sinto sono, mas sempre acordo de madrugada e não consigo voltar a dormir. Resultado? Passo o dia seguinte sonolenta, cansada. Se tenho tempo para dormir durante o dia, ótimo, se não, fico mal mesmo.

Essa noite foi assim, dormi às 23h30m, acordei algumas vezes para fazer xixi, mas às 4h já estava acordada. Mexe aqui, vira acolá, e fiquei esperando o celular despertar. Dura insônia.

E sobre o quartinho da Elis, agora que está tudo se materializando, estou me sentindo mais aliviada, tá tudo tão lindo, mas ainda não está pronto. Estamos apenas no começo, mas a emoção só aumenta, e a ansiedade também.

Estou te esperando de braços abertos, minha filha!

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

E as semanas passam....


Hoje eu acordei não me sentindo muito bem. Sabe quando você acorda com sono? Com o corpo mole? Todo dolorido?

Como sei que nada acontece por acaso, pensei nas coisas que fiz nos últimos dias e constatei que meu mal estar hoje é reflexo de atividades intensas nos dias anteriores.

Eu reconheço que definitivamente, preciso DESACELERAR.

Sempre fui muito ativa, se tenho algo para fazer, não consigo esperar ajuda de ninguém (o maridão às vezes me pede para esperar por ele, quando tenho que fazer algo que requer um certo esforço), vou lá e faço logo tudo.

Tenho ouvido muitos conselhos de quem já esteve grávida, e todas são unânimes em dizer que a gestante precisa andar num ritmo mais lento, evitar grandes esforços, colocar os pés para cima e relaxar.

Não faço nada disso. Vocês acreditam que eu odeio deitar e colocar os pés para cima? Embora saiba que é bom para mim, evita que meus pés inchem - eu não consigo. Eu subo e desço o tempo todo, resumindo: Eu não paro quieta.

E sofro as consequências depois: cansaço excessivo, dores pelo corpo, tonturas, um quase desmaio etc.

Me orgulho de ter uma gravidez tranquila, sem problemas, mas reconheço que tenho que fazer minha parte.

Estou praticamente na reta final - faltam cerca de 10 semanas para minha bebê nascer. Tenho que me conscientizar que estou mais pesada, mais frágil e sensível.

Mas é importante também que a nossa mente desacelere. Às vezes acordo de madrugada para fazer xixi e não consigo mais dormir, pois começo a pensar nas coisas que tenho que fazer no dia seguinte, pensar nas coisas que faltam para a chegada da Elis e não consigo relaxar.

Ahh sem contar que estamos nos preparativos do Chá de Fraldas! Ontem fui buscar os convites, e ahhhhh que lindos! Bem melhor do que tinha imaginado, feitos com muito capricho pela Camila. Ela é ótima.

Mas mesmo assim, preciso relaxar, pois muito ainda está por vir!

Se eu puder dar um conselho para todas as grávidas que passam por aqui, eu digo: DESACELEREM.

Beijos

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Feminista ou consciente?


Mudando um pouco o assunto de gravidez, ontem estava refletindo sobre minha personalidade...

Alguns discursos me cansam, e um deles é o de achar que nós, mulheres, temos uma responsabilidade maior em relação à casa, ao casamento e a tantas outras questões classificadas como "relacionadas ao mundo feminino".

Já ouvi de muita gente que a culpa por “estarmos do jeito que estamos” é do feminismo. Eu não sei como vocês estão, mas eu estou muito bem, obrigada. Considero simplista demais culpar um movimento, neste caso o feminismo, por uma evolução que, ao meu ver, é de certa forma natural e muito mais complexa do que o “simples” ato simbólico de queimar sutiãs em praça pública.

Ora, os tempos mudam, as coisas mudam, as espécies mudam, e nós também mudamos. Se isso é totalmente bom eu não sei dizer. Se isso é de todo ruim? Também acho que não.

Algumas pessoas fazem uma comparação em relação à vida que levamos hoje e a vida que nossas avós e bisavós levavam antigamente. E essa comparação muitas vezes é tendenciosa, com pitadas de um certo romantismo que, sinceramente, eu duvido muito que existia. Duvido que nossas avós e bisavós também não tivessem problemas, não tivessem suas dúvidas e suas crises existenciais, que não sofressem por causa de um casamento infeliz mantido pelas aparências e pela dependência (seja ela financeira ou emocional), que não tivessem problemas com os filhos, que não sofressem traições e privações.

Essa imagem de mulher feliz e realizada de antigamente, cuidando sozinha e com muito prazer de todos os afazeres da casa, cuidando de 5,6, 8 filhos (como foi o caso da minha avó), colhendo frutas no quintal de casa usando um avental florido, ao meu ver não passa de uma idealização romântica do que poderia ter sido, mas não foi.

A mulher de antigamente não votava, não podia se separar (só o homem podia pedir a separação), não podia nem ser solteira (o que era visto como uma desgraça), motivo de vergonha para a família. Ela não frequentava universidades, não tinha profissão. A mulher do passado só existia enquanto esposa e mãe, o que significa que naquele tempo não casar e não ter filhos não era uma opção.

Mulher não escrevia livro, nem poema, e nem blog. Muitas nem sequer sabiam ler.

Eu cresci vendo meu pai ajudando a minha mãe com todo o tipo de trabalho, sem restrições. Na minha casa reproduzimos um modelo bem parecido, meu marido me ajuda com todos os trabalhos domésticos (mesmo que de vez em quando eu tenha que lembrá-lo), e não se sente diminuído por isso, muito pelo contrário, ele sente prazer em cooperar. Eu não tenho vergonha de ver (e nem de dizer) meu marido limpando casa, eu tenho orgulho. Eu não sinto culpa quando ele cozinha pra mim, eu me sinto tranquila em saber que posso contar com ele pro que der e vier, conforme prometido.

O que seria o casamento senão uma parceria entre sócios igualitários? Não existe menor ou maior parcela pra ninguém, somos os dois responsáveis por fazer com que o nosso relacionamento (assim como a nossa casa) funcione de forma que possamos nos sentir felizes e não menos importante, leves e descansados.

Se eu sou feminista, eu não sei, mas sei que machista eu também não sou. Tenho plena consciência de todos os problemas vindos da chamada vida moderna, mas não trocaria a minha autonomia de hoje (mesmo com todos os problemas) pela dependência e pela subcondição de mulher de outros tempos. Seria ótimo encontrar um equilíbrio, mas na falta deste, deixo como está.

Será que eu sou feminista?