quarta-feira, 23 de julho de 2014

É cada uma, viu...



Todas as gestantes já ouviram comentários completamente sem noção. Coisas como “Você está com 5 meses? A minha sobrinha PERDEU com 5 meses, foi muito triste” ou “Aonde você terá seu bebê? Porque, olha, minha irmã quase morreu no parto”. Não faço ideia do que se passa na cabeça dessas pessoas.

A última que aconteceu comigo foi assim. Encontrei um amigo e sua mulher, também grávida e que eu nunca tinha visto na vida. Depois dos cumprimentos, o assunto obviamente migrou para nossas barrigas. Quantas semanas, sexo do bebê etc. Até que vem o diálogo bacanão:

Ela: “O meu é para fim de outubro, e a sua?”

Eu, com sorriso no rosto: “Para final de novembro”

Ela, com certo desprezo: “Nossa… COI-TADA”

Aí veio o marido dela: “Mulher acha problema em tudo. Por que coitada? A resposta: “É um mês ruim, pertinho do Natal”.

Nossa, mas que problemão, minha gente! Vou até antecipar um mês o parto… #not.

Ainda pasma, eu disse: “Sabe que eu nem tinha pensado nisso? Mas te garanto que agora, para nós, será o mês mais lindo do ano”.

Silêncio.

Todo mundo tem algo a perguntar, acrescentar, apavorar ou sugerir para uma mulher grávida. Algumas dessas histórias se repetem como um eco ao longo de toda a gravidez, como a mais sádica de todas: “aproveite para dormir bastante agora, porque depois você nunca vai dormir”.

Mas tem uma pergunta em especial que, apesar de ser comum, sempre me faz pensar. A pessoa vê a grávida, dá parabéns e então pergunta sobre o sexo do bebê:

– Já sabe o que é?

Como assim o que é? Pode ser algo além de um bebê?

Outra pergunta também muito comum é: “Vai fazer parto normal ou cesárea?”. Independentemente do que você responda, virá uma crítica ensaiada para assustar a grávida ou dizer que a outra opção é sempre melhor.

E assim será até o 9º mês. Mas eu já bolei algumas respostas.

“Você nunca vai dormir!” – Tudo bem, eu tenho insônia crônica.

“Já sabe o que é?” – Olha, estamos torcendo para que seja uma criança.

“Parto normal ou cesárea?” – Cócoras, minha senhora, cócoras…

Sei que passarei por muitos desses momentos ainda. Mas acho que nunca vou me acostumar.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

A longa espera


Eu nunca soube esperar. Nunca soube direito deixar acontecer.
Sempre quis fazer. Fazer tudo, roubar os minutos, trapacear o depois e transformá-lo em agora.
Eu não sabia o que era esperar até eu ter que ver o tempo lentamente trazer você em minha direção.
É doce essa espera. É boa. Acho que esperei minha vida toda pra te olhar nos olhos pela primeira vez. Talvez eu tenha a esperado mesmo antes de saber que eu seria sua e você seria minha.
De dentro pra fora. E é estranho eu esperar pra ter nos braços alguém que está agora mais perto do meu coração. E arrumar nosso lar aqui pra te receber enquanto você mora em mim.
Essa espera é sentir uma saudade quase doída de alguém que ainda nem vi mas já conheço. Acho que sempre a conheci. É como aguardar ansiosa um postal de um amigo de longa data que sempre esteve no meu quintal. É saber que não importa o quanto chova hoje, que amanhã vai ser um dia de sol.
É aquela música que eu sei cantar sem nunca tê-la ouvido.
Justo eu, sempre correndo tanto contra o tempo, hoje só espero ele passar por mim.
E ele bate suave nos meus pés como onda mansa. E nós ali, diante da imensidão apenas procurando um ao outro pra ser nós no mundo.
De mãos dadas aguardando ansiosamente a sua chegada. Caminhando meio desajeitados aqui e ali, abrindo as asas, arrumando o seu ninho e nós, justo nós que nem sabemos ainda voar.
Fazendo planos. Que bobagem, eles sempre saem do jeito que é pra ser.
Tentando adivinhar a cor dos teus olhos e com quem você vai mais se parecer. Você é o nosso retrato desenhado pelas tuas tímidas mãos.
Esperar você é olhar uma moldura sabendo que um dia uma obra de arte estará ali.
É seguir por um caminho que nunca passei e mesmo assim ter a certeza de que não importa aonde for, a partir de agora estamos indo para a casa.

Elis, estou a sua espera!

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Nascerá uma flor aqui no nosso jardim...


Nossa Elis, nossa Flor, nossa filha!

Que alegria (e que sorte) descobrir aos 4 meses de gravidez que estamos a espera de uma menina. Confesso ter ficado surpresa, desde o começo eu achava que esperava um menino e por incrível que pareça quando a gente fica grávida essa preferência se esvai... É como se o sexo do bebê não tivesse importância alguma, afinal, ele está ali, dentro de você, e isso já é tão lindo, tão intenso, tão mágico que não interessa se o quartinho vai ser rosa ou azul. Você simplesmente quer esse bebê, fruto de seu amor, em seus braços. Simplesmente assim!

Primeiro veio o fim dos enjoos (ufaaa!), depois vieram os incômodos na barriga, mas eu não sabia quem me habitava. Chamava de bebê e até então era meu bebê e ponto final. Sem ansiedade, sem neura. Mas ai todo mundo começa a perguntar "e ai, já descobriu o que é?" e isso vai se transformando em uma avalanche de sentimentos que dia após dia só aumenta... Ai, meu amor, não há mãe que aguente! Quero sabeeeeeer!!!

O dia do ultrassom chegou! 18 semanas e 6 dias de gestação. Um medinho percorrendo minha espinha, "será que vai dar pra ver?" - o doutor mexe aqui, mede acolá, fêmur, barriguinha, cabeça, perninhas e na lata: "muié" - HÃ, COMO ASSIM, MENINA? O Michael nesse momento enche os olhos de lágrimas! Não sei se dou risada ou se choro! São dois risquinhos minúsculos no meio das perninhas que definem o meu bebê: Elis!

Saímos do consultório com aquele sorriso que não descolava do rosto, sabe? E me sentindo privilegiada. Meu Deus, ser mãe de uma menina!!! Minha mãe estava com a gente, e era pura alegria. Logo demos de cara com minha amiga(irmã) que nos aguardava do lado de fora do consultório, ela quase não acreditou! Eu só pensava nela, só queria falar o nome dela: estou esperando minha filha, minha Elis!

Agora, estamos nos conhecendo. Eu canto pra ela e ela dá uma mexidinha. Eu passo a mão, fico imaginando seu rostinho, abro as roupinhas toda hora... Já estamos criando nosso laço mãe&filha. Elis vai ser minha companheira, minha amiga, minha flor... E eu vou cuidar dela com todo carinho que uma flor necessita.

Filha, eu te amo!