quarta-feira, 28 de maio de 2014

... toda forma de amor


Fernando Pessoa já dizia que há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. Chega um momento em que temos que ousar, acreditar, não temer e fazer a travessia, para que não fiquemos para sempre à margem de nós mesmos...

É doloroso abrir mão das coisas. Principalmente da rotina, dos sonhos e dos amores. Mas chega uma hora que queremos ir muito além de tudo aquilo que nos espera, de tudo aquilo que acreditamos. Chega um momento que o mundo fica pequeno pra nós e o singular não nos basta. É necessário voar, crer no inatingível, jogar tudo pro alto e dizer: eu mereço muito mais que tudo isso...

Sem apologias ou conselhos, mas eu considero justa toda forma de amor e acho um desperdício viver a vida sem aventuras!

Como diria o poeta Lulu Santos: " Me dá um beijo, então! Aperta a minha mão... tolice é viver a vida, assim, sem aventuras!"

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Mais uma semana...


Nunca pensei que, um dia, cada segunda-feira para mim fosse ser um dia especial. Segunda deixou de ser apenas aquele dia chato e passou a ser também o dia em que eu completo semanas na gravidez. Hoje completo 14 semanas.

Daí vem o engraçado: para muitas gerações todo esse lance de semanas é novidade. Minha mãe, por exemplo, odeia que eu fale para ela em semanas, prefere que eu diga com quantos meses estou. Afinal, 40 semanas (tempo de uma gestação completa) daria 10 meses, não? Eita!

É muito bom curtir cada semana, cada momento. Engravidar é a coisa mais maravilhosa que pode acontecer na vida de uma mulher. Sei que tem algumas que não pensam assim e que muitas vezes optam por não ter filhos. Sei também que algumas outras, por motivos sabidos apenas por Deus, não conseguem gerar um filho dentro de seu corpo, e acabam "engravidando" e "parindo" através de outros meios, como a adoção, por exemplo, não sendo menos mães por conta disso.

Mas, estar grávida é uma coisa especial. A gente se sente tocada pelo amor, a gente se sente importante, a gente se sente confusa: como é possível ter uma vida aqui, dentro de mim? Será mesmo verdade? Muitas vezes me indago, duvido e apenas espero para ver a criaturinha linda nascer, com os olhinhos fechados e agarrar meus seios.

Agora que parece que a ficha caiu, tenho passado o dia nas nuvens. Acho que passarei os nove meses assim...rs! Estou completamente apaixonada por tudo o que estou passando.

Aconselho a todas as mulheres uma gravidez. Até porque, seguida dela, vem um filho. E quando ele chega, acredito eu, que passamos a conhecer um outro lado da vida: o lado do amor incondicional, da paciência infinita e da felicidade nas pequenas coisas.

Amo demais estar grávida. E cada dia mais me sinto ansiosa para ver o rostinho do meu bebê, beijá-lo, abraçá-lo... Quando amamos assim uma outra criatura, o amor na Terra se renova e energias maravilhosas se fazem presentes.

E que venham mais 26 segundas-feiras!

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Por que amar alguém?


Um dia li em algum lugar a explicação de porque amamos alguém, o texto não era detalhado, mas falava algo sobre honestidade, caráter e bom gosto. Dizia que não amamos alguém por ser educado ou por ser fã do Titãs, que esse tipo de coisa é apenas referência, que na verdade o que nos leva a amar é o mistério e o fascínio que alguém nos provoca.

Concordei em parte. É claro que precisamos nos sentir fascinados, e atraídos por algum tipo de mistério, mas há coisas que são muito mais significantes e que não podem ser vistas apenas como referências, dentre elas há duas que me encantam: a coragem e a inteligência, não necessariamente nesta respectiva ordem de importância.

Quando falo de coragem, que isso fique bem claro, não me refiro a um super-homem, com super poderes que aparece sempre que precisamos, luta contra os piores malfeitores e nos livra dos piores apuros. Quando falo de coragem quero dizer sobre aqueles que ‘não tem medo’, que encaram a vida como uma grande aventura única, que acreditam nos seus sonhos, que são fortes para lutar e para conquistar tudo aquilo que desejam. Admiro aqueles que sabem o que querem e que acreditam que querer é poder, não havendo nada no mundo que possa impedi-los de chegar onde anseiam.

Tomando a liberdade de citar Vinícius de Moraes eu diria: "os muito burros que me perdoem, mas a inteligência é fundamental". Quem nunca ouviu dizer que inteligência é afrodisíaco? Não há nada mais charmoso na face da Terra do que uma pessoa que saiba falar de qualquer coisa e que tenha opinião (sem impô-la, claro) sobre diversos assuntos. Não sei se é porque eu tenho verdadeira 'birra' de ficar inventando argumentos e 'esticando papo' pra estabelecer um diálogo legal, que, pra mim, não há nada mais confortável que uma pessoa que saiba conversar, que saiba ser fluente e deixar as coisas rolarem.

Agradar as mulheres não é difícil, pelo contrário, tudo o que as mulheres querem são pessoas inteligentes, que saibam ser divertidos com frequência, sérios quando conveniente, sistemáticos quase nunca, discretos quase sempre e brutos quando necessário.

Mudando um pouco de foco, há algo que é extremamente relevante e que eu não posso deixar de mencionar. Eu já ouvi dizer que toda mulher sabe se tem alguma probabilidade do relacionamento dar certo, a partir do primeiro beijo. Pode até ser que isso funcione ou que tenha algum fundamento lógico, afinal ninguém quer continuar saindo com alguém cujo beijo é ruim, mas o que realmente importa pra mim, até mesmo antes do primeiro contato bucal, é a compatibilidade do abraço. Nunca tive um relacionamento que durasse se o abraço fosse incomodo ou desconfortável.

E acho que não é só para mim... uma vez uma amiga contou, que saiu com um garoto que a enforcava toda vez que ia abraçar. Ele a abraçava de gancho, com apenas um braço; desistiu dele antes mesmo de beijá-lo. E em várias outras ocasiões ouvi relatos de pessoas, que não conseguiam se encaixar nos outros abraços, e o relacionamento não vingava.

Quando meus relacionamentos duraram de verdade foi quando num fechar de braços eu me senti em casa, foi quando cada canto do meu corpo encontrou uma brecha para se acomodar no corpo de lá; foi quando eu senti que o mundo podia desabar lá fora que eu estaria protegida ali.

Sinceramente, acho que não sei por que amamos alguém. Vai ver existem coisas que são apenas referências, ou vai ver o que realmente importa é o jogo de mistérios. Definitivamente, quem será a pessoa mais indicada para falar de amor?

Com referências ou não, sou simples assim como aquilo que me encanta: coragem, inteligência e um bom par de braços.

E vc, o que te encanta?

terça-feira, 13 de maio de 2014

Quando o amor não cabe mais no peito.... (Parte 2)



... ele vai para dentro da barriga! ♥

Em setembro do ano passado, a notícia de que eu estava grávida parecia indicar que novas emoções estavam por vir.

Muito feliz e animada, tomei todas as precauções e cuidados típicos de quem está numa gestação de seis, sete semanas. Aproveitei para comprar coisinhas já imaginando como ficaria o rostinho dele (ou dela)… E de repente, o baque. Num ultrassom de rotina, descobri que havia sofrido um aborto natural.

Foi um período de muita dor, como vocês podem imaginar, e que me introduziu a um mundo de novos sentimentos como solidão, insegurança e medo. Comecei a me perguntar se havia algo errado comigo e por que havia acontecido aquilo. Para piorar, aonde eu ia, encontrava mulheres grávidas ou mães felizes com seus nenês. Sabe quando você quer uma coisa, mas não pode ter, daí vê aquilo a todo canto para onde vai? Pois é.

Ainda bem que, aos poucos, comecei a ouvir relatos de gente que havia encarado a mesma coisa. Relatos de amigas que perderam o primeiro bebê, mas hoje têm dois, três filhos. Fui pesquisar — eu falei que adoro fuçar na internet, lembram? — e confirmei que não, eu não estava mesmo sozinha. Não precisava, nem devia me sentir assim. Descobri que o aborto natural, principalmente na primeira gravidez, é muito mais comum do que eu imaginava.

Com o tempo, a frustração daquela perda deu lugar a fé e esperança. Isso se intensificou conforme eu buscava me informar e aprender sobre o assunto.

E agora a boa notícia, estou grávida de novo e, desta vez, tudo é diferente e ainda mais lindo.

Portanto, falo por mim: em qualquer momento de sua vida, não desista, não se abata.

Fé e força sempre!

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Um dia...


Um dia desses, eu brinquei com uma amiga, que eu me parecia muito com os poetas antigos.

Não na grandeza com as palavras, mas nas dimensões do amor que eles sentiam.

É sério, há textos que são extremamente escritos pra mim, e às vezes eu sinto que foram escritos para que eu lesse; ou que foram escritos em situações exatamente idênticas as que eu vivo.

Mas, ainda que estranho nesse contexto atual de modernidade, eu gosto desta história de amar demais.

Dessa história de amar profundo. Não gosto de amar na superfície, de colocar só o pé na lama. Se é pra me lambuzar, eu me lambuzo por inteira. E me alegro por inteira ou morro de tristeza por inteira.

Não gosto de nada que seja pela metade: beijo pela metade, abraço pela metade, sorriso pela metade. Faz assim?! Se for pra sorrir, mostre os dentes. Se for pra abraçar, abraçe apertado. Se for pra beijar, beije demoramente.

Gosto muito de um trecho da música da Vanessa da Mata que diz: "quero beijos intermináveis até que os meus olhos mudem de cor".. eu acho que é por aí. É extremo!! O complicado de se viver assim é que sempre se está a beira do risco. Você pode ter a sorte de também ser amada demais e aí sentir que tudo vai dar certo, ou então você pode amar demais, querer demais, sonhar demais, e nunca encontrar alguém que esteja disposto a ser tão demais, quanto você gostaria que fosse.

O complicado de se viver assim, é sempre ter menos do que aquilo que se procura, e acabar tendo que se contetar com aquilo que vier.